HINO DOS BANDEIRANTES Paulista, pára um só instante Dos teus quatro séculos ante A tua terra sem fronteiras, O teu São Paulo das "bandeiras"! Deixa atrás o presente: Olha o passado à frente! Vem com Martim Afonso a São Vicente! Galga a Serra do Mar! Além, lá no alto, Bartira sonha sossegadamente Na sua rede virgem do Planalto. Espreita-a entre a folhagem de esmeralda; Beija-lhe a Cruz de Estrelas da grinalda! Agora, escuta! Aí vem, moendo o cascalho, Botas-de-nove-léguas, João Ramalho. Serra-acima, dos baixos da restinga, Vem subindo a roupeta De Nóbrega e de Anchieta. Contempla os Campos de Piratininga! Este é o Colégio. Adiante está o sertão. Vai! Segue a entrada! Enfrenta! Avança! Investe! Norte - Sul - Este - Oeste, Em "bandeira" ou "monção", Doma os índios bravios. Rompe a selva, abre minas, vara rios; No leito da jazida Acorda a pedraria adormecida; Retorce os braços rijos E tira o ouro dos seus esconderijos! Bateia, escorre a ganga, Lavra, planta, povoa. Depois volta à garoa! E adivinha através dessa cortina, Na tardinha enfeitada de miçanga, A sagrada Colina Ao Grito do Ipiranga! Entreabre agora os véus! Do cafezal, Senhor dos Horizontes, Verás fluir por plainos, vales, montes, Usinas, gares, silos, cais, arranha-céus! **** OBSERVAÇÂO : A lei nº 337, de 10 de julho de 1974, revoga o artigo 3º da Lei n. 9854 ( * ) de 2 de outubro de 1967, e institui, como letra do Hino Oficial do Estado de São Paulo, o poema "Hino dos Bandeirantes". Autor: Guilherme de Almeida