Hino da Proclamação da República Letra: Medeiros e Albuquerque Música: Leopoldo Miguez Seja um pálio de luz desdobrado. Sob a larga amplidão destes céus Este canto rebei que o passado Vem remir dos mais torpes labéus Seja um hino de glória que fale Da esperança de um novo porvir. Com visões de trunfos embale Quem por ele lutando surgir Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós Das lutas, na tempestade Dá que ouçamos tua voz Nós nem cremos que escravos outrotra. Tenha havido em tão nobre país Hoje o rubro lampejo da aurora. Acha irmãos, não tanto hostis Somos todos iguais, ao futuro Saberemos unidos levar. Nosso augusto estandarte, que puro Brilha avante, da Pátria no altar Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós Das lutas, na tempestade Dá que ouçamos tua voz Se é mistér de peitos valentes. Haja sangue em nosso pendão. Sangue vivo de herói Tiradentes. Banzou este audaz pavilhão Mensageiro de paz, paz queremos. E de amor nossa força e poder Mas da guerra nos transes supremos. Heis de ver-nos lutar e vencer Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós Das lutas, na tempestade Dá que ouçamos tua voz Do Ipiranga é preciso que o brado. Seja um grito soberbo de fé. O Brasil já surgiu libertado. Sobre as púrpuras régias de pé Eia pois, brasileiros, avante! Verdes louros colhamos louçãos. Seja o nosso país, triunfante. Livre terra de livres irmãos! Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós Das lutas, na tempestade Dá que ouçamos tua voz